A localização geográfica de Sobral de Monte Agraço, a meio caminho entre a capital do País (40 min) e a praia (25 min), inserida numa das maiores regiões vinícolas de Portugal, desfrutando de um relevo e paisagens ímpares, é um convite à descoberta de lugares, histórias e experiências improváveis.
Os Fortes de Monte Agraço e o papel absolutamente decisivo que tiveram na derrota francesa de 1810 contam-nos, hoje, estórias de coragem e bravura. Cada trilho, paisagem ou edifício revelam ao nosso olhar aspetos da estratégia do comandante inglês Arthur Wellesley - mais tarde duque de Wellington – que soube associar, numa simbiose perfeita, as condições naturais do terreno e o engenho militar.
Seja qual for o motivo da sua visita aproveite as muitas possibilidades que este território lhe oferece e venha explorá-las!
Circuito de visita ao ar livre, situado na serra do Olmeiro, dista 5km a sul da vila de Sobral de Monte Agraço e do Centro de Interpretação das Linhas de Torres. Integra um conjunto de trilhos que ligam entre si quatro fortes da 1.ª Linha de Defesa de Lisboa (Fortes do Alqueidão, Machado, Novo e Simplício), construídos entre 1809-10, com a principal missão de proteger a capital da invasão do exército francês.
No Núcleo de Apoio ao Circuito do Alqueidão deixe o carro no estacionamento e se levou farnel para um piquenique aproveite para almoçar neste espaço. Depois disso aceite o desafio e caminhe à descoberta da serra. Com 2.000 homens e 45 bocas de fogo, o entrincheiramento do Alqueidão protegia uma das principais vias de acesso a Lisboa e tinha à sua frente um favorável campo de batalha!
O Circuito do Alqueidão está sinalizado com placas direcionais (vermelhas), pedestres (GR30 – Grande Rota das Linhas de Torres) e interpretativas dos locais visitáveis.
Suba pela ESTRADA MILITAR de acesso ao Forte do Alqueidão e calcorreie as estórias desta calçada. Memórias do tempo em que por ali passaram carros de bois carregados com fardamentos, víveres, feridos e material cirúrgico, o peso da artilharia que por ali rolava lentamente e o frenesim das tropas que, num profundo secretismo, se moviam entre fortes, a coberto da vista do inimigo. Também por aqui passava diariamente o duque de Wellington que, todas as madrugadas se deslocava, a cavalo, ao posto de comando das Linhas de Torres – Forte do Alqueidão – para observar as posições do inimigo.
Concluída a subida terá uma agradável surpresa, o FORTE DO ALQUEIDÃO surge envolto numa paisagem imensa que se estende entre o rio Tejo e o oceano Atlântico, suspendida apenas pela serra do Socorro, pela área protegida da serra de Montejunto e pela capital – Lisboa.
Respire e relaxe porque acaba de mergulhar num ambiente que concilia história, cultura, natureza, tradição e modernidade. A 439 metros de altitude encontra-se num invulgar observatório de paisagem que reúne, em diversas perspetivas, o rio, o mar, a lezíria ribatejana, os montes e os vales que resgam o território.
Com uma área de 35 000m2, é o ponto mais alto das Linhas de Torres, situa-se no centro da 1.ª Linha de Defesa e é o coração de um conjunto fortificado único na Europa.
Marque o seu ritmo e explore o Forte do Alqueidão – ou o Grande Reduto de Sobral como ficou internacionalmente conhecido. Descubra porque Wellington fez dele o seu posto de comando por excelência - o único ponto guarnecido com “tropa de linha”, constituída pela brigada do general Pack e pelas duas Companhias de Artilharia da Vila de Sobral, excecionalmente criadas pelo marechal Beresford.
Os trabalhos arqueológicos realizados, entre 2008 e 2011, permitiram conhecer melhor as técnicas utilizadas na construção desta estrutura militar singular do século XIX, mas vieram, também, revelar outra ocupação anterior, associada à Idade do Ferro.
Antes de seguir para outros locais da serra, não deixe de reparar na atipicidade de duas obras que se encontram no interior do Forte: o grande paiol norte e a “casa do governador” – as únicas com estas características nas fortificações das Linhas de Torres.
Ao sair do Forte do Alqueidão desça pela estrada de terra paralela à estrada militar e continue a aventura virando no primeiro entroncamento à direita, em direção aos Fortes do Simplício e do Machado.
Perca-se por entre as manchas de eucalipto que tomaram o lugar da vegetação rasteira pontuada, outrora, por sobreiros, pinheiros e oliveiras, sinta o cheiro da serra e esteja atento à fauna intensa.
Estes locais, quase secretos para os mais distraídos, revelam-se através de pequenos trilhos à sua esquerda. Em cada um destes Fortes está uma placa de contexto histórico-militar informando da sua dimensão, missão, guarnição e bocas de fogo. Complementares ao Forte do Alqueidão, cruzavam os seus fogos sobre os acessos à serra, transformando-a num grande entrincheiramento fortificado que teve um papel suficientemente dissuasor para ditar a retirada do marechal francês, André Masséna, da frente das Linhas de Torres.
No Forte do Simplício, a cidade de Lisboa, a Ponte 25 de Abril ou o Palácio da Pena (Sintra) mostram-se, inesperadamente, próximos.
Retome o mesmo caminho em direção ao parque de estacionamento do Circuito do Alqueidão. Quando estiver de partida faça um desvio à esquerda, em direção ao Forte Novo.
O moinho de vento que aí se encontra, embora um dos exemplares de maior dimensão da região oeste, é uma construção do início do século XX, mas o extraordinário panorama que exibe é intemporal, transformando este local num magnífico posto avançado de observação que avista todo o terreno de Santo Quintino, o vale que segue de Sobral para Arruda dos Vinhos, o Tejo (junto ao Carregado, Vila Franca e Alhandra) e outros Fortes da 1.ª Linha como o da Caneira, do Paço, do Moinho Céu e da Carvalha.
O Circuito do Alqueidão oferece-lhe um roteiro por um património arqueológico, militar e natural bem preservado e é um ponto de partida para a descoberta de outros locais bafejados pela natureza e pela história da nação e da Europa, entre amigos ou em família!
Para os ávidos de “saber”, para os amantes do ar livre e da aventura, o percurso Wellington transporta-nos para outro tempo, através dos locais onde decorreram alguns dos factos mais emblemáticos da terceira invasão francesa. Os mesmos sítios ocupados pelo duque de Wellington e pelos seus generais podem agora ser palmilhados, no seu todo ou em parte, por todos os que gostam de sentir a história, os lugares e do contacto com o quotidiano das populações locais. A pé, de BTT ou de carro, para os menos ousados, com ou sem visita guiada, existem várias opções.
Com partida do Centro de Interpretação das Linhas de Torres (Sobral de Monte Agraço) e chegada à serra Socorro (Mafra), o percurso integra dois circuitos de visita: o Circuito do Alqueidão (Sobral) e o Circuito da Enxara (dos Cavaleiros) – que podem ser visitados autonomamente. Ambos põem em destaque duas serras absolutamente fulcrais para a vitória das Linhas de Torres – a serra do Socorro e a serra do Olmeiro (ou Alqueidão), nas quais o comandante inglês terá passado a maior parte do seu tempo enquanto decorriam as ações militares dos dois exércitos.
O Percurso Wellington, em homenagem ao comandante das tropas anglo-lusas que aqui se estabeleceu durante todo o período em que os franceses assediaram as Linhas de Torres, podia bem chamar-se de Percurso dos Quartéis-generais, pois no terreno ainda encontramos três dos quatro quartéis ali estabelecidos pelo comando das tropas aliadas.
Na retaguarda do Forte do Alqueidão e a caminho da Estação Central de Comunicações Telegráficas do Socorro, Wellington instalou o seu quartel-general numa propriedade do Barão de Manique, uma casa agrícola conhecida por Quinta dos Freixos, na localidade de Pero Negro.
A cerca de 1 Km, o comandante do exército português, marechal William Beresford, fixou também o seu quartel-general, no lugar de Casal Cochim.
Nas proximidades ficaram também os quartéis-generais do Marquês de La Romana (Enxara dos Cavaleiros) e do general Spencer, na Quinta da Póvoa, também conhecida por Quinta do Vale do Corvo, situada no sopé da serra do Socorro. Nesta quinta pode participar em eventos temáticos, provas de vinhos, atividades ao ar livre no espaço histórico, rural e florestal da propriedade.
“A brecha entre Monte Agraço e a Serra do Socorro era o principal objetivo do exército francês na sua tentativa de penetrar nas Linhas."
O centro histórico da vila de Sobral de Monte Agraço desenvolve-se a partir da Praça Dr. Eugénio Dias, que já se chamou Praça Pública e, mais tarde, do Comércio. Aqui pode tomar contato com uma arquitetura de tipo pombalina, que se revela nos vários edifícios de interesse histórico-cultural, como o Chafariz, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vida, a Câmara Municipal e o solar dos Condes de Sobral, todos eles oitocentistas. Do início do século XX destaca-se o coreto e a estátua do médico e republicano Eugénio Dias.
O local foi, também, palco do combate mais expressivo ocorrido nas Linhas de Torres entre os exércitos aliado e francês – o combate de Sobral. A 12 de outubro de 1810, a vila foi tomada pelo inimigo após várias horas de confronto, rua a rua e casa a casa, que resultou cerca de uma centena de perdas para ambos os lados.
Ainda no centro histórico da vila aproveite para visitar o núcleo museológico do vinho. O antigo lagar, incorporado no edifício da Câmara Municipal, testemunha, através do seu espaço e dos objetos expostos, aquela que foi, outrora, uma das principais atividades económicas do concelho – o cultivo da vinha e a produção de vinho.
Se gosta de perceber de que modo alguns engenhos tradicionais se constituíram em autênticas tecnologias revolucionárias para a sua época, não deixe de conhecer o moinho de vento de Sobral. Localizado sobranceiro à vila, este moinho de tipo mediterrâneo, tem uma vista privilegiada para as serras do Socorro e Montejunto.
Apresenta todo o mecanismo de moagem original em bom estado de conservação e, mediante marcação, leve as suas crianças a observarem o seu funcionamento. As explicações do próprio moleiro ajudam a compreender a utilidade destas construções, a que paisagem do oeste nos habitou, e a capacidade de captar e converter a energia eólica noutro tipo de energia apropriada para movimentar outros mecanismos.
Com um património natural e paisagístico de grande beleza não faltam apelos a permanecer na região de Sobral de Monte Agraço. A história da existência destas terras remonta ao século XII e é corroborada permanentemente pela herança patrimonial e cultural que se manifesta nos locais e recantos mais inesperados.
Percorra as várias aldeias do concelho em busca da sua identidade. Detenha-se nas construções religiosas primordiais (capelas e igrejas), casas e quintas senhoriais, fortes, pontes, ou noutro património imaterial e etnográfico, fruto da vivência das gentes locais. Os moinhos de vento abundantes na paisagem, as fontes e fontanários ou os lavadouros públicos confirmam ainda hoje a memória coletiva de uma gente que, muito próximo de Lisboa, conserva orgulhosamente traços distintos da sua ruralidade.
Mas no refúgio da simplicidade há também espaço para a monumentalidade, disso é exemplo a Capela Romano-gótica localizada em S. Salvador. O edifício do século XIII, monumento classificado de Interesse Público, assinala o local de origem do concelho, antigamente denominado, de Montagraço, onde, até meados do século XVI, se sediaram os edifícios públicos da época.
Se é apreciador da arquitetura manuelina, a Igreja de Santo Quintino, classificada como Monumento Nacional, é um local que merece uma visita atenta. Ao entrar vai perceber por que razão tem sido apelidada por muitos de “museu do azulejo”. Foi mandada construir por D. Manuel, em 1520, sobre uma antiga capela dedicada ao culto de Santa Maria de Montagraço, sendo o seu orago Santo Quintino. Durante os dois séculos seguintes, a igreja sofreu ampliações e melhoramentos.
As cinco tábuas quinhentistas, os azulejos de padrões únicos (hispano-mouriscos, painéis de tapete, alguns com albarradas ou em padrão de diamante), bem como algumas imagens são apenas alguns aspetos de particular qualidade artística.
Esta pequena igreja de fundação antiga conserva o seu portal manuelino e reúne no seu interior o segundo conjunto de azulejaria do concelho, dividida por três períodos: azulejaria hispano-mourisca sevilhana, painéis figurativos seiscentistas e painéis pombalinos.
Associados a esta igreja estão os festejos em honra de Nossa Senhora da Purificação, os quais envolve toda a população da aldeia e promove a sociabilidade com as aldeias vizinhas.
No exterior, aproveite para mostrar aos seus filhos um dos poucos relógios de sol ainda existentes, que servia para determinar a hora do dia, usando como referência a posição do Sol.
Pela sua localização, o concelho de Sobral de Monte Agraço é um excelente ponto de partida para outras experiências na região.
A proximidade com Lisboa e a ligação a outros centros urbanos são garantidos pelas autoestradas A8 (Lisboa/Leiria) e A17/A29 (a ligar ao Porto) e pelos IP6, A1, A23. O aeroporto de Lisboa fica a 30 minutos de Sobral de Monte Agraço facilitando, assim, o acesso internacional.
Às portas da capital, beneficia da vizinhança com as praias do Oeste, onde a areia branca, a qualidade da água e os bons acessos são, habitualmente, distinguidos com a Bandeira Azul da Europa. As temperaturas amenas convidam ao lazer e à prática de desportos náuticos.
Em 2013, foi atribuído à região o galardão de Quality Cost – um prémio internacional direcionado para o turismo sustentável ao nível dos destinos costeiros – que tem por objetivo promover o desenvolvimento nas localidades envolventes, sendo uma delas Sobral de Monte Agraço.
Dona de um património natural formidável, a paisagem protegida da serra de Montejunto fica a 25 km de Sobral de Monte Agraço.
Inserida numa das maiores regiões vinícolas de Portugal, com selos DOC (denominação de Origem Controlada), o concelho tem na sua proximidade várias quintas vitivinícolas que desenvolvem atividades de enoturismo.
Para os amantes do golf e da equitação, a região também oferece várias propostas. A 10 km de Sobral de Monte Agraço fica o Dolce Camporeal Lisbon e a trinta e cinco minutos de distância está o Clube Golf do Vimeiro, onde se realizam anualmente os Concursos de Saltos do Vimeiro - uma prova que traz a Portugal alguns dos maiores talentos do mundo equestre, a nível nacional e internacional.